27.9.11

MANUSCRITOS DO MAR MORTO


Origem da Comunidade Essênica de Khirbet Qumran.
Para o mosteiro de Khirbet Qumran podemos indicar diversos períodos de construção, como atestam as escavações realizadas entre 1951 e 1956. A primeira construção monástica, edificada em pedra, data do tempo do sumo sacerdote João Hircano (134-104 a.C.), da dinastia macabeu - asmonéia. Antes dessa época, os hassideus (essênios) tiveram que contentar-se com abrigos encontrados ao acaso. Uma figura característica que se encontra sempre de novo nos textos de Qumran, é o anônimo 'mestre de nossa justiça', a quem a comunidade de Qumran deve a sua clara diferenciação dos outros grupos religiosos, antes de mais nada do culto e da hierarquia de Jerusalém, e que de várias maneiras, deu também impulso às normas de vida de Qumran....
No ano 31 a.C., o mosteiro de Qumran foi destruído por um terremoto. Até a sua reconstrução, os monges essênios habitaram em tendas e grupos. Antes da primeira revolta judaica, por causa do avanço da décima legião sob o comando de Vespasiano, os manuscritos da biblioteca do mosteiro foram colocados a salvo (por volta do ano 68 d.C.). O próprio mosteiro foi destruído pelos romanos. Durante a segunda revolta judaica (132-135), o lugar das ruínas e arredores constituíram um ponto de apoio para os combatentes da resistência judaica que se encontraram em torno de Bar Kokba, Com efeito, numa gruta ao sul de Qumran, foram encontrados, além de apetrechos sacrificais, vestes e moedas, também manuscritos da época entre 88 e 135 d.C., entre os quais uma carta de Bar Kokba."









Segundo o livro Manual de Disciplina eles tinham uma organização bastante rígida e disciplinada, pois rejeitaram a vida da cidade, levavam uma vida em comum desprovida de bens materiais, os mais jovens deviam obedecer estritamente aos mais velhos, recaindo duros castigos sobre os transgressores. Este Manual, encontrado na Caverna n.º 1, ao lado de outros 6 rolos, mede uns dois metros de largura e vinte e cinco centímetros de altura.
Após a descoberta das cavernas, estudiosos e pesquisadores procuraram nas proximidades qualquer indício de habitações humanas que pudessem estar relacionadas com o depósito de pergaminhos. A cerca de um Km da gruta número um, descobriram os alicerces de um prédio antigo e complexo também chamado de "mosteiro", de 37 metros de comprimento por 30 de largura, com vários cômodos, destacando-se a sala de reunião da comunidade e o escritório onde eram copiados os manuscritos. As moedas achadas ali juntamente com outros vestígios, são subsídios seguros para a fixação da data da comunidade entre 140 a.C. e 67 d.C.

As pessoas que ali residiam, segundo estimativas dignas de crédito, seriam aproximadamente entre 200 e 400. O autor deste livro teve o privilégio de ver as penas, dois vasos de tinta, a mesa de pedra e os bancos também de pedra usados pelos copistas no Museu de Amã. Os rolos do Mar Morto têm sido publicados em numerosas edições e traduzidos para várias línguas, mas todos eles integram um patrimônio valiosíssimo do Estado de Israel, sendo conservados com cuidados extremamente especiais da Universidade Hebraica em Jerusalém.




m 1939 Senhor Frederico Kenyon escreveu: "Realmente, não existe nenhuma probabilidade de virmos a encontrar manuscritos do texto hebreu, anteriores ao período de formação do texto que conhecemos como massorético". Felizmente, quem pronunciou estas palavras viveu até 1948 para concluir que sua categórica afirmativa foi posta por terra.


Embora o valor desta descoberta ainda não possa ser avaliado em toda a sua plenitude, há certos fatos já conhecidos que são os seguintes:


1º) Estes manuscritos são pelo menos 1000 anos mais velhos do que o mais antigo manuscrito hebraico que possuímos – O Códice Petropolitano escrito em 912 AD.


2º) Os manuscritos de Qumran são mais antigos do que os mais velhos fragmentos da Septuaginta existentes, quanto à história da evolução da escrita, fornecendo portanto precioso material à Paleografia. Estes manuscritos foram copiados entre os séculos III a.C. e o primeiro século AD. 3º) Antes desta descoberta pouco se sabia a respeito do judaísmo pré-cristão. Através do Manual de Disciplina conhecemos hoje muito dos seus costumes e maneira de viver.


4º) Estes manuscritos, vieram desfazer afirmações infundadas, concernentes ao trabalho dos copistas pré-massoréticos e ainda de que a Bíblia Hebraica de hoje fora organizada e emendada pelos massoretas.


Os estudantes da Bíblia não puseram tanto em dúvida as mudanças no texto quando foram acrescentadas as vogais e a pontuação para formar o texto Massorético, séculos depois de Cristo, pois sabiam que os copistas depois daquele tempo, preservaram com cuidado extremo cada jota e til do texto.


Alguns críticos opinavam que os mais antigos copistas por não serem tão escrupulosos trataram o texto com mais liberdade, portanto havia diferenças consideráveis em nossa Bíblia.


Quando o texto hebraico de hoje foi comparado com os manuscritos de Qumran verificou-se surpreendente identidade de conteúdo. Os rolos do Mar Morto comprovam a validade do texto hebraico, tão cuidadosamente transmitido através dos séculos. O descobrimento destes rolos e de outros manuscritos mostrou a fragilidade dos argumentos da Alta Crítica, comprovando que o trabalho dos copistas e tradutores por dois mil anos não mudou a Palavra de Deus. Eles comprovaram que a maioria das variações de um manuscrito para outro são simplesmente questões de letras, palavras ou frases que não modificam suficientemente o sentido para influenciar alguma doutrina importante.


O Dr. Albright, arqueólogo mundialmente conhecido, afirmou: "Estes manuscritos têm levantado um véu que os estudantes jamais esperariam fosse levantado. Eles confirmam o que se tem dito até aqui sobre o texto bíblico. Ao estudar os manuscritos declarou mais: "Esta foi a descoberta mais importante entre todas as que já se realizaram sobre manuscritos do Antigo Testamento."

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