14.3.10

Projeto ORLA DE ITAPAGIPE - SEDHAM SALVADOR

PROJETO ORLA DE ITAPAGIPE

Em artigo publicado no Terra Magazine, o antropólogo Roberto Albergaria faz duras críticas ao projeto da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da prefeitura de Salvador para modernizar a penísula de Itapagipe. Ele cita um vídeo postado no Youtube, que pode ser visto acima, para fazer as críticas. "Uma carnificina, pois prometem, de acordo com o vídeo postado misteriosamente na internet, arrasar com todas as nossas singelas casinhas, talvez para construir uma 'Nova Sauípe' para os turistas endinheirados na empobrecida orla de cá, expulsando-se os velhos nativos. Ou seria uma obragem ainda mais ridícula, pois o secretário teria admitido 'transformar parte da Cidade Baixa em algo parecido com Ipanema ou o Leme do Rio de Janeiro'", diz Albergaria. "Projeto mal-obrado, sem nenhuma preocupação histórica e cultural, sem o mínimo respeito ao nosso espírito de lugar e às coisas da Bahia em geral. Uma iniciativa pseudo-vanguardista cheia de obscuridades e subterfúgios - pois a cada hora os 'mandachuvas' da prefeitura dizem e mostram uma coisa diferente", acrescenta o professor. Ele alerta que o projeto não respeita nem o patrimônio histórico da cidade.



Um decreto obscuro da Prefeitura de Salvador assusta os moradores de uma das áreas mais belas da capital baiana. Sem consulta popular, o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) decretou a utilidade pública dos imóveis da orla da Baía de Todos os Santos, à borda da península de Itapagipe, na Cidade Baixa.

A área de 324 mil metros quadrados inclui bens tombados pelo patrimônio histórico – como o Abrigo D. Pedro II e o Forte do Monte Serrat, palco da resistência aos holandeses em 1624 -, prédios abandonados, residências, lojas de varejo, antigas fábricas e casarões seculares. A desapropriação deve atingir os prédios fincados entre a tradicional Feira de São Joaquim e a Praia da Boa Viagem.

O dado mais surpreendente: a prefeitura só deve apresentar um projeto em outubro deste ano. Desapropriou sem nada revelar. Os moradores se queixam da insegurança patrimonial.

CAVALO E ESCADA- A pretexto de reurbanizar a orla de Salvador, o prefeito considerou de utilidade pública outros pontos da cidade, a exemplo da popular Vila Brandão, situada à beira-mar, na encosta do bairro da Barra, alvo habitual da especulação imobiliária. A Defensoria Pública do Estado entrou com uma ação cautelar para suspender os efeitos desse decreto.

Por sua vez, a investida contra a península de Itapagipe, que tem alguns dos pontos turísticos mais visitados da Bahia, causou espanto aos deputados federais Lídice da Matta (PSB) e Emiliano José (PT) pela estranha abrangência territorial. Ambos atentam para a obscuridade do ato de João Henrique. Ex-prefeita de Salvador (1993-1996), Lídice levanta equívocos na decisão oficial e defende um debate prévio na Câmara.

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