23.8.09

CASTRO ALVES-O ABOLICIONISTA

CASTRO ALVEZ -UM POETA BAIANO -ABOLICIONISTA

UM HOMEM QUE LUTOU MUITA PELA ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS NO BRASIL.

Conhecido como o poeta dos escravos, Castro Alves dedicou a maior parte de sua obra a denunciar e condenar as barbaridades sofridas pelos negros no Brasil, numa época em que a escravidão dominava o país. “Sua poesia destoou da produção literária conhecida da época.

Em 1863, já consciente de sua vocação poética, Castro Alves dedicou-se pouco aos estudos regulamentares e muito à poesia. Em meados de 1863, com apenas 16 anos, descobriu que uma das grandes enfermidades de seu século, a tuberculose, também o alcançara. “Talvez a consciência da enfermidade precoce tenha contribuído para a intensidade com que se entregou à poesia, à luta abolicionista e à vida”

Em 6 de julho de 1871, Antônio de Castro Alves morreu, com apenas 24 anos. Ao falecer, apesar de seus 24 anos e de ter apenas um livro publicado - “Espumas flutuantes” -, Castro Alves era conhecido nacionalmente. Nos anos seguintes, o movimento abolicionista serviu-se, incessantemente, de sua obra como bandeira e arma na luta abolicionista.
O Navio NegreiroO historiador Mário Maestri faz uma análise da mais célebre das poesias de Castro Alves: “Violenta bofetada nas elites escravistas, ‘O Navio Negreiro’ é certamente a poesia nacional mais conhecida. Nela, o navio tumbeiro é utilizado como alegoria da imensa nação que encobria, com sua bandeira, a ordem negreira. Após descrever um navio que, ao longe, navega alegre no oceano, o poeta aproxima-se dele para falar, com imagens pungentes, das mulheres e dos homens negros arrancados de sua terra e arrastados para a nação escravista. Na sexta e última parte do poema, amaldiçoa a bandeira e a nacionalidade que se prestavam a esse crime



SUA GRANDE AMANTE EUGENIA CÂMARA-PORTUGUESA

Além de grande poeta, Castro Alves também era pintor e compositor, porém a força de seus versos o projetou de tal maneira como escritor, que pouco se fala sobre seus outros talentos. Há partituras, quadros e desenhos de sua autoria no Museu Histórico Nacional e na Academia Brasileira de Letras.







...São os filhos do deserto, Onde a terra esposa a luz. Onde vive em campo aberto


A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados


Que com os tigres mosqueados Combatem na solidão.


Ontem simples, fortes, bravos. Hoje míseros escravos,


Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas, Como Agar o foi também.


Que sedentas, alquebradas, De longe... bem longe vêm...


Trazendo com tíbios passos, Filhos e algemas nos braços,



Texto de Castro Alves- Um Índio ( Maria Bethania







CAETANO VELOSO


Apesar de expressar em grande parte os problemas dos escravos, a obra de Castro Alves mantém a atualidade por conta de suas mensagens de luta contra as injustiças sociais. “Ao expressar as contradições sociais profundas de sua época, a poesia de Castro Alves jamais gozou ou poderia gozar de um reconhecimento social unânime. Mais de 130 anos após a morte do poeta, o espectro de sua obra continua a rondar a consciência dos vivos com o seu grito desesperado de liberdade social

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