23.8.09

CANDOMBLÉ MENINHA DO GANTOIS

Maria Escolástica da Conceição Nazaré MENININHA DO GANTOIS Uma filha de escravos que se fez rainha, orientando o povo baiano com exemplar dedicação e perene bondade”, como definiu-a Jorge Amado, um dos seus maiores amigos e admiradores. Cantada em prosa e verso também por Vinícius de Moraes, ela foi conselheira espiritual de muitos artistas e políticos famosos. No casarão branco no Alto do Gantois, em Salvador, Mãe Menininha, com suas muitas saias de renda imaculadas, guias e óculos de lentes grossas, exerceu o seu reinado durante 64 anos. A ialorixá, que nasceu Maria Escolástica da Conceição Nazaré, assumiu a chefia do terreiro em 1922, aos 22 anos de idade, segundo consta por determinação de Oxóssi, Xangô, Oxum e Obalauê. “Quando os orixás me escolheram, eu era muito nova e não recusei, mas balancei porque é uma obrigação muito árdua.” Mas Mãe Menininha foi também uma das maiores conhecedoras da religião afro no Brasil, procurada por sociólogos e antropólogos de todo o mundo em busca de informações para teses e estudos acadêmicos. Morreu aos 92 anos, em 1986.


Na Bahia, vestir roupa branca nas sextas-feiras representa um hábito muito antigo, sendo proveniente do candomblé. Essa tradição é uma homenagem ao deus africano Oxalá que, no sincretismo religioso, representa uma personalidade equivalente a Jesus Cristo. No início da colonização brasileira, os rituais de candomblé eram praticados nos terreiros das fazendas e nas senzalas. Sabe-se que o primeiro terreiro foi criado na Bahia, oficialmente, há 450 anos. Ele se chamava Engenho Velho (ou Casa Branca) e funcionava na atual avenida Vasco da Gama, em Salvador. Dele, surgiram os terreiros Gantois (localizado na Federação), e o Axé Opô Afonjá (em São Gonçalo do Retiro). E, desses dois, originaram-se muitos outros terreiros, tanto na capital do Estado, quanto nas principais cidades do interior baiano.


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