"Quando olho para Salvador, vejo uma cidade dividida, preconceituosa e muitas vezes racista. O conceito de cidade alta e cidade baixa aqui é literal“
"É preciso dar uma chacoalhada, estamos falando de uma sociedade invisível. O fundamental é devolver um pouco de auto-estima para essas pessoas que fazem a cidade. A identidade é nosso maior referencial. Chegou o momento de se fazer uma releitura para mergulhar nessa identidade de maneira mais profunda, o que está acontecendo em muitas frentes e nós queremos ser mais uma destas frentes. Salvador tem a capacidade de ser a grande capital da diáspora africana”, acredita Guerra.”.
Desde que assumiu, há quase dez anos, os rumos da comunicação do governo do presidente José Eduardo dos Santos (no poder desde 1979, após a morte do antecessor Agostinho Neto), inclusive durante o auge do conflito terminado em 2003, Guerra tem se dividido entre os dois países. “Este caminho de volta para a África tem que ser feito cada vez mais intensamente”. De lá para cá, promoveu intercâmbios culturais apresentando ao Brasil nomes da música angolana como Paulo Flores e os Irmãos Almeida e levando para o país africano atrações brasileiras, além de ter lançado coleções literárias de autores angolanos como Pepetela e José Agualusa e discos. A exposição Salvador Negro Amor tem patrocínio da Petrobras.
Salvador Negroamor" leva mais de 1500 imagens às ruas da capital baiana
Uma exposição individual, em lugares públicos em diferentes "eixos" de Salvador, de 8/1 a 16/2, marca o lançamento de um movimento pela valorização da cultura africana e da auto-estima dos afro-descendentes no Brasil. Como parte do projeto "Salvador Negroamor", painéis, outdoors, muros, praças e fachadas exibirão 1501 retratos, tirados por Sérgio Guerra, de anônimos e líderes culturais e religiosos da capital baiana.As fotos foram selecionadas por Alberto Pitta, artista plástico e presidente do Cortejo Afro, a partir de um repertório de 16 mil imagens de Guerra, colhidas nos últimos meses. O fotógrafo pernambucano, que divide seu tempo entre Angola, onde cuida de um escritório de comunicação do governo, e a Bahia, já havia realizado no começo de 2006 a exposição "Lá e Cá", que retratava as semelhanças entre o cotidiano da Feira de São Paulo, em Luanda, e a de São Joaquim, em Salvador.O projeto "Salvador Negroamor" inclui a criação de uma ONG, de um portal na internet dedicado a informações e serviços para o público negro e de um CD com músicas de Virgínia Rodrigues, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Arnaldo Antunes e outros. A meta do movimento é criar, em 2009, um fórum mundial e permanente de assuntos relacionados à África, com sede em Salvador.




Apesar de todos os fotografados serem negros e do projeto ter sido denominado Salvador Negro Amor, Guerra prefere não falar em racismo. “Não estou preocupado em discutir racismo, acho que temos que encontrar novas formas de romper isso. Nossa proposta é fazer a sociedade refletir a partir de um elemento concreto que é a identidade, ‘eu, enquanto parte de uma sociedade negra’”, afirma. Para ele, o próximo passo do movimento negro seria conseguir uma “visibilidade prática, para além das cotas nas universidades, a criação de cotas nas empresas. É um caminho longo, e o que a gente precisa é que esse movimento venha da sociedade”, posiciona-se ele, que não se incomodou com a desconfiança inicial de algumas entidades do movimento negro diante da sua postura.
Estava pensando estes dias quando saia do aeroporto ,e com uma visão um pouco distante ,distraida e bem baiana...pude perceber algumas fotos que ainda estão exposta ao longo das avenidas,das ruas, de gente que não conheço.Pareceu meio estranho primeiro porque não sabia o significado depois foi dificil entender o que aquele mundão de gente fazia ali e que eu nunca tinha visto antes.Conversando com um vizinho ele pôde em simples palavras descrever o que aconteceia.Agradeço a Luciano por me dar este toque.Reconheço que temos todos esta responsabilidade social que é tão ridiculamente imposta pelo governo porem sabemos que somos todos responsaveis e não os gatinhos da rua os cachorrinhos de apt ou os passaros que migram.Somo nós humanos.Devemos participar e discutir mais tudo isto,acho que não é só reggae não,não precisamos ficar fora de algumas grandes descisões mais uma vez.Podemos participar não só assistindo...Sinto que talvez este seja um periodo clramente separatista,mas tem que mudar para melhorar a vida de todos.Vivam os turistas....
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