2.7.11

DIA 2 DE JULHO NA BAHIA

MARIA QUITÉRIA

“O desfile histórico do 2 de julho é patrimônio intangível, cultuado e preservado por todos os que se orgulham da sua ancestralidade e demonstram engajamento em reivindicações comunitárias, patrióticas, amorosas. A festa da independência é vivida pela consciência de que os acontecimentos do passado ainda não se extinguiram. A liberdade e a igualdade social ainda são um objetivo, uma luta.”
 Foram os brasileiros que de fato libertaram a cidade do Salvador de armas nas mãos. Primeiro foram os brasileiros de Santo Amaro, Maragogipe, Cachoeira, São Francisco do Conde, Nazaré das Farinhas, Jaguaripe que formavam um exército de esfarrapados... Depois entraram os brasileiros que desceram lá de Caetité e de outros pedaços do sertão e da Chapada Diamantina, formando um exército das mais diferentes cores, de brasileiros filhos de escravos, descendentes de escravos, brasileiros brancos pobres que nada tinham além de uma roça de cana plantada para o senhor de engenho". (fonte:http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=2755&bd=1&pg=6&lg=)


A guerra da Bahia, onde brilhou o heroísmo popular, além de lideranças mesmo equivocada como a do General Labatut, Lima e Silva, João das Botas, Maria Quitéria, entre tantos outros. Em carta a José Bonifácio, Labatut registra: "Nenhum filho de dono de engenho se alistou para lutar". A consciência da possibilidade de uma nação surgiu de baixo.
Em janeiro de 1823, Labatut foi preso e enviado para o Rio de Janeiro, pois suas decisões eram consideradas arbitrárias e ditatoriais. Dentre os demandos atribuídos ao General Labatut consta que após a prisão de alguns escravos, destes, 50 homens e 20 mulheres. Labatut deu ordens para que todos os homens fossem fuzilados e as mulheres chiocoteadas. Para substituí-lo foi escolhido José Joaquim de Lima e Silva, que manteve a mesma tática de guerrilha, com o apoio da esquadra de Lord Cochrane, fazendo o cerco marítimo.



Um pouco da história-
Em 1823, as tropas vitoriosas vindas do recôncavo e de Pirajá entraram na cidade pelo Caminho das Boiadas (que passou a se chamar Estrada da Liberdade, hoje a avenida Lima e Silva). Eram negros, brancos, caboclos, maltrapilhos, famintos, cansados e vitoriosos depois de quase dois anos de lutas e resistência, sitiando a capital, encurralando e enfrentando as tropas de Madeira de Mello.
Mas, desde 1824 até hoje o desfile do Dois de Julho sempre aconteceu. E, apesar de tantas tentativas dos políticos de plantão em transformar a festa num evento oficial e eleitoreiro, o nosso Dois de Julho continua sendo uma manifestação livre do povo, uma festa democrática, onde cabem as vozes da diversidade, todos os clamores do povo.
 
JOÃO DAS BOTAS

Ainda citando o historiador Sérgio Guerra Filho: “… o povo volta às ruas, todo ano, no dia 2 de julho, afirmando que, além de Labatut, Lima e Silva, du Pin e Almeida, Cochrane e outros, seus heróis de vida são os anônimos heróis que raramente aparecem nos documentos, não ganharam nomes de ruas ou monumentos. Mas marcaram com sua presença – e muitas vezes com sua rebeldia e insubordinação, demonstrando seus anseios políticos e a sua discordância com os rumos do estado imperial – durante os anos da guerra a sua luta em busca da igualdade e da liberdade”.


Dito por Castro Alves:”o mundo perguntava,erguendo um grito,qual dos gigantes mortos,rolará?” Vindos do interior,pessoas simples,como os vaqueiros conhecidos como”Encourados do Pedrão,os sertanejos que formavam o batalhão do Príncipe,ou Batalhão dos Periquitos,por causa do verde amarelo das fardas,batalhão criado pelo avô do poeta Castro Alves,José Antonio da Silva Castro e que teve um papel preponderante na nossa vitoria. Homens como Pedro Labatut,Almirante inglês Lord Cochrane,Barros Falcão concretizaram nossa independência expulsando os lusos que eram cerca de 60000 homens apenas com 2500 homens nossos,mal armados e mal alimentados,mas,cheios de um fogo que não se apagava,um amor pela pátria nascente e o desejo de liberdade.
Desse cadinho de raças surgiu a fantástica figura de Maria Quiteria de Jesús Medeiros,mulher,analfabeta,filha de português,que alistou-se no exercito vestida de homem e,com seu pequeno grupo aprisionou Trinta Diabos,um capitão de Madeira,temido por todos pela violência e maldade,numa refrega na Ilha de Itaparica.
Ao leva-lo a Barros Falcão,este lhe disse,assustado: -Mas,é o Trinta Diabos!? Ela falou:-e eu sabia!?Prá mim era só um maroto inimigo. Uma palavrinha sobre um quase garoto,magrinho e analfabeto,sem nenhuma experiência militar,que definiu a guerra:Luís Lopes.Era o corneteiro da tropa.Ao ver tantos portugueses reunidos na Colina de Pirajá,Barros Falcão,prudentemente ordenou o recuo. Mandou tocar:Cavalaria,recuar.O Lopes,atrapalhado tocou:Cavalaria avançar. -Mandei recuar,imbecil;disse Falcão.
O  Lopes tocou :Cavalaria,degolar. Madeira,assustado,pois sabia do abraço dos patriotas de Cochrane que abarcava a Pituba pelo lado esquerdo e Pirajá pelo direito,mandou tocar retirada completa e a tropa debandou,desesperada.
Com a fuga de Madeira e seus asseclas para Lisboa,perseguidos por Labatut até a foz do Tejo,o Brasil estava finalmente independente. “Tu que erguias subida na pirâmide, Formada pelos mortos de Cabrito Um pedaço de gládio no infinito Um trapo de bandeira,na amplidão... Minha homenagem aos heróis do 2 de julho que deram sua coragem e seu sangue para tornar independente esse país!
O português fugiu na madrugada, pelo mar. E o Exército Libertador foi aclamado nas ruas. Esse é o simbolismo do desfile, a recriação popular do acontecido em 1823.
Há um histórico caráter de protesto e reivindicatório no desfile.
São manifestações já presentes, visíveis e motivadoras logo no ano seguinte, no 2 de julho de 1824, quando a fatia da população mais pobre que deu o suor e o sangue de suas vidas nas batalhas, revivendo a façanha do ano anterior, quis mostrar também que os negros, os caboclos, os que pegaram em armas e arriscaram tudo pelos ideais de liberdade e igualdade continuavam desassistidos e nada tinham lucrado com a guerra e a expulsão dos portugueses.Diz o historiador baiano Sérgio Guerra Filho: Fizeram parte do Exército Libertador “lavradores, desocupados, oficiais mecânicos ou pescadores, livres não-proprietários, libertos e até escravos, negros, mestiços, brancos pobres e índios, homens e mulheres, jovens e idosos que se apresentaram, na maioria das vezes, como voluntários para a guerra contra os portugueses e o general Madeira” Mas, finda a guerra, o poder continuava nas mãos dos brancos, dos grandes comerciantes, dos coronéis do recôncavo, os senhores da política , enquanto a pobreza, a fome e a escravidão continuavam as mesmas de antes da guerra, ou ainda piores. A tirania e o autoritarismo, os mesmos.A primeira metade do século XIX na Bahia, em Salvador especialmente, foi de agitação, insurreições e muita repressão contra os negros, sobretudo. Grandes exemplos são as revoltas Malês e a Sabinada, nos anos 30.
Antes que D.Pedro proclamasse o "grito do Ypiranga", a guerra pela independência do Brasil na Bahia já estava iniciada desde 25 de junho de 1822 na Vila de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira, hoje cidade de Cachoeira, sob o comando do coronel de milícias Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque de Ávila Pereira, posteriormente nomeado Visconde de Pirajá, que comandava as operações de guerra mesmo sem uma estrutura militar. Em julho de 1822 o coronel Joaquim Pires reuniu todo o armamento e tropa (formada por milicias e voluntários) que comandava no quartel do Engenho Novo de Pirajá e entregou ao comando do general francês Pedro Labatut enviado pelo governo do principe D.Pedro, que veio para organizar o exército e enfrentar as forças portuguêsas que eram comandadas por Madeira de Melo.

A figura do caboclo e da cabocla, que representam a veia indígena da população e os “donos da terra”, fazem parte do folclore regional e da história do Dois de Julho.


PERSONAGENS E HEROIS DA INDEPENDÊNCIA
José Antonio da Silva Castro -Era filho de João Antunes e D. Anna, nasceu na Fazenda Tapera, hoje município baiano de Castro Alves. Recebeu educação rudimentar, crescendo no meio rural da região.
Muito jovem ainda tem um romance com Ana Viegas, bela mulher filha de imigrantes espanhóis, com quem teve uma filha natural chamada Clélia Brasília - e que veio a ser a mãe do poeta Castro Alves - seu neto, portanto.
Outra filha natural de Silva Castro, e objeto de muitos livros pelos maiores escritores brasileiros - dentre muitos outros - (como Afrânio Peixoto em seu Sinhazinha e Jorge Amado, no ABC de Castro Alves) foi a belíssima Pórcia, que foi raptada dando origem a uma guerra entre as famílias Castro, Pinheiro, Canguçu e Moura, nos sertões de Caetité.
Para Jorge Amado, muitas das poesias de Castro Alves foram verdadeiramente inspiradas no drama da tia: Pórcia foi raptada pelo jovem Leolino Pinheiro Canguçu. A história, ricamente ilustrada e documentada, foi romanceada pelo historiador Dário Teixeira Cotrim em ("Idílio de Pórcia & Leolino", 2005).O apelidoO Major Silva Castro ficou conhecido como "Periquitão", porque era o comandante do pejorativamente chamado "Batalhão dos Periquitos", no qual lutou a heroína Maria Quitéria, porque à falta de tecidos em cores branca, vermelha ou azul - usadas regularmente pelas tropas - serviram-se de fazendas verdes. A partir das lutas travadas contra os portugueses na Independência da Bahia, a alcunha o acompanhou para sempre.
 A prisão semeadora-Ele e seu irmão Clemente eram, quando em 1817 eclode o movimento revolucionário em Pernambuco, com grandes repercussões na Bahia, alferes na vila de Maragogipe. Silva Castro é alvo de perseguição da família de seu padrasto, abrigando-se em casa de um amigo - Felisberto Gomes Caldeira. Deixando o asilo onde se escondia, vai para Ilhéus, onde acaba preso e enviado para a capital.
Na cadeia algo de positivo lhe ocorre: conhece e aprende com vários encarcerados da Revolução Pernambucana, de quem o historiador Oliveira Lima registrou que "foi instrutiva pelas correntes de opinião que no seu seio desenharam ... um movimento a um tempo demolidor e construtor...".

Lord Cochrane


Thomas Cochrane (1775-1860), 10°. conde de Dundonald, barão Cochrane de Dundonald, de Paisley e de Ochiltree, Par da Escócia, Grã-Cruz da Ordem do Banho (GCB), Almirante da Marinha Britânica e Marquês do Maranhão, mais conhecido como Lord Cochrane, nascido em Annsfield perto da cidade de Hamilton, South Lanarkshire [2] e falecido em Londres, foi um militar britânico, almirante escocês da Marinha Real Britânica. Destacou-se nas lutas de emancipação da América Latina em relação a Espanha e Portugal.
Sua correta titulação seria Admiral Sir Thomas Cochrane, 10th Earl of Dundonald, Marquês do Maranhão, GCB, RN [Royal Navy] (14 December 1775 - 31 October 1860) - nominado Lord Cochrane entre 1778 e 1831, então herdando o título de Conde de Dundonald continuou sendo chamado apenas de Lord Cochrane.
O busto de bronze [5] do maior herói naval da Escócia, Lord Cochrane, foi comissionado por Lord Bruce e entregue pelo Ministério da Defesa ao povo da cidade de Culross, onde na Abbey House passou sua juventude antes de engajar na Marinha Real: em 1793, aos 17 anos, era guarda-marinha na Marinha Real do Reino Unido [
Combateu estoicamente nas Guerras contra Napoleão, tendo demonstrado tanta ousadia em suas operações navais que o próprio NAPOLEÃO o apelidou de Loup de Mer (lôbo do mar). Paralelamente a sua carreira naval foi eleito membro do Parlamento. Denunciando corrupção parlamentar, criou inimizades que culminaram em injusta condenação à prisão em 1814 - por haver realizado "supostas atividades fraudulentas" - a história posteriormente o inocentou e isto remediou, vendo-se obrigado, no ínterim, a abandonar (de modo temporário) a carreira naval na Marinha Real.
Lord Cochrane auxiliou tanto Simon Bolivar como seu tutor, Don Andrés Bello na Independência da Venezuela.[3]
Em maio de 1817 foi contratado pelas forças independentistas chileno-argentinas para que comandasse a Esquadra que tinha por missão eliminar o poder realista assentado no Vice-reinado do Peru, sendo sua contribuição decisiva na guerra, colaborando com os generais Bernardo O'Higgins e José de San Martín.
Aceitando o convite do Império Brasileiro, iniciou seus trabalhos pela liberdade do Brasil após o Decreto Imperial Brasileiro de 21 de março de 1823, que conferiu a patente - única na história naval brasileira - de Primeiro-Almirante: como indicado, mais recentemente, na página número 3 do "Catálogo do Arquivo Cochrane" [4], edição que é apresentada pelo Contra-Almirante (IM) Diretor, José Martins de Aguiar com as seguintes palavras iniciais [N.B.: obra em domínio público, nos termos da legislação autoral brasileira.

Maria Quitéria



Maria Quitéria nasceu no sítio do Licurizeiro (Syagrus coronata), uma pequena propriedade no Arraial de São José das Itapororocas, na comarca de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira, atual município de Feira de Santana no estado da Bahia. A data mais aceita pelos pesquisadores para o seu nascimento é a de 1792. Foi a filha primogênita dos brasileiros Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus.
Em 1803, tendo cerca de dez ou onze anos de idade, perdeu a mãe. Cinco meses após enviuvar, o pai casou-se em segundas núpcias com Eugênia Maria dos Santos, que veio a falecer pouco tempo depois, sem que da união nascessem filhos. A família mudou-se então para a fazenda [serra da Agulha].Na nova residência, Gonçalo Alves casou-se pela terceira vez, com Maria Rosa de Brito, com quem teve mais três filhos. A nova madrasta, afirma-se, nunca concordou com os modos independentes de Maria Quitéria. Embora sem uma educação formal, uma vez que à época as escolas eram poucas e restritas aos grandes centros urbanos, Maria Quitéria aprendera a montar, a caçar e a usar armas de fogo, conhecimentos essenciais à época.
 As lutas pela Independência Maria Quitéria encontrava-se noiva quando, entre 1821 e 1822, iniciaram-se na Província da Bahia as agitações contra o domínio de Portugal. Em Janeiro de 1822 transferiram-se para Salvador as tropas portuguesas, sob o comando do Governador das Armas Inácio Luís Madeira de Melo, registrando-se em fevereiro o martírio de Soror Joana Angélica, no Convento da Lapa, naquela Capital.
Em 25 de junho, a Câmara Municipal da vila de Cachoeira aclamou o príncipe-regente D. Pedro como "Regente Perpétuo" do Brasil. Por essa razão, em julho, uma canhoneira portuguesa, fundeada na barra do rio Paraguaçu, alvejou Cachoeira, reduto dos independistas baianos. A 6 de setembro, instalou-se na vila o Conselho Interino do Governo da Província, que defendia o movimento pró-independência da Bahia ativamente, enviando emissários a toda a Província em busca de adesões, recursos e voluntários para formação de um "Exército Libertador".
 O "Soldado Medeiros"Tendo o velho Gonçalo, viúvo, sem filho varão, se escusado a colaborar, para a sua surpresa, a filha Maria Quitéria, pediu-lhe autorização para se alistar. Tendo o pedido negado pelo pai, fugiu, dirigindo-se a casa de sua meia-irmã, Teresa Maria, casada com José Cordeiro de Medeiros e, com o auxílio de ambos, cortou os cabelos. Vestindo-se como um homem, dirigiu-se à vila de Cachoeira, onde se alistou sob o nome de Medeiros, no Regimento de Artilharia, onde permaneceu até ser descoberta pelo pai, duas semanas mais tarde.
Defendida pelo Major José Antônio da Silva Castro (avô do poeta Castro Alves), comandante do Batalhão dos Voluntários do Príncipe (popularmente apelidado de "Batalhão dos Periquitos", devido aos punhos e gola de cor verde de seu uniforme), foi incorporada a esta tropa, em virtude de sua facilidade no manejo das armas e de sua reconhecida disciplina militar. Aqui, ao seu uniforme, foi acrescentado um saiote à escocesa.
A 29 de outubro seguiu com o seu Batalhão para participar da defesa da ilha de Maré e, logo depois, para Conceição, Pituba e Itapoã, integrando a Primeira Divisão de Direita. Em fevereiro de 1823, participou com bravura do combate da Pituba, quando atacou uma trincheira inimiga, onde fez vários prisioneiros portugueses (dois, segundo alguns autores), escoltando-os, sozinha, ao acampamento.
Em 31 de março, no posto de Cadete, recebeu, por ordem do Conselho Interino da Província, uma espada e seus acessórios.
Finalmente, a 2 de julho de 1823, quando o "Exército Libertador" entrou em triunfo na cidade do Salvador, Maria Quitéria foi saudada e homenageada pela população em festa. O governo da Província dera-lhe o direito de portar espada. Na condição de Cadete, envergava uniforme de cor azul, com saiote por ela elaborado, além de capacete com penacho.
 A heroína da IndependênciaPor seus atos de bravura em combate, o General Pedro Labatut, enviado por D. Pedro para o comando geral da resistência, conferiu-lhe as honras de 1º Cadete.
No dia 20 de agosto foi recebida no Rio de Janeiro pelo Imperador em pessoa, que a condecorou com a Imperial Ordem do Cruzeiro, no grau de Cavaleiro, com seguinte pronunciamento:"Querendo conceder a D. Maria Quitéria de Jesus o distintivo que assinala os Serviços Militares que com denodo raro, entre as mais do seu sexo, prestara à Causa da Independência deste Império, na porfiosa restauração da Capital da Bahia, hei de permitir-lhe o uso da insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro". Além da comenda, foi promovida a Alferes de Linha, posto em que se reformou, tendo aproveitado a ocasião para pedir ao Imperador uma carta solicitando ao pai que a perdoasse por sua desobediência.
 Os últimos anos Perdoada pelo pai, Maria Quitéria casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, o antigo namorado, com quem teve uma filha, Luísa Maria da Conceição.Viúva, mudou-se para Feira de Santana em 1835, onde tentou receber a parte que lhe cabia na herança pelo falecimento do pai no ano anterior. Desistindo do inventário, devido à morosidade da Justiça, mudou-se com a filha para Salvador, nas imediações de onde veio a falecer aos 61 anos de idade, quase cega, no anonimato.



Os seus restos mortais estão sepultados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento e Sant'Ana, no bairro de Nazaré em Salvador.[2]



[editar] TestemunhosO pesquisador Aristides Milton, nas Efemérides Cachoeiranas, considera Maria Quitéria "tão valente quanto honesta senhora".



A inglesa Maria Graham, por sua vez, deixou registrado:



"Maria de Jesus é iletrada, mas viva. Tem inteligência clara e percepção aguda. Penso que, se a educassem, ela se tornaria uma personalidade notável. Nada se observa de masculino nos seus modos, antes os possui gentis e amáveis." (Journal of a voyage to Brazil)


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