7.3.10

ARTE RUPESTRE

ARTE RUPESTRE

Desenhos e pinturas feitas nas cavernas pelos homens pré-históricos...
O Brasil pré-histórico apresenta-se com tradições rupestres de ampla dispersão através de suas grandes distâncias e ampla temporalidade. O registro arqueológico e, concretamente, o rupestre assim o indicam. As tradições rupestres do Brasil não evoluíram por caminhos independentes; os seus autores ou grupos étnicos aos quais pertencem, mantiveram contatos entre si, produzindo-se a natural evolução no tempo e no espaço que nos obriga a estabelecer as subdivisões pertinentes.
Podemos afirmar que o registro rupestre é a primeira manifestação estética da pré-história brasileira, especialmente rica no Nordeste. Além do evidente interesse arqueológico e etnológico das pinturas e gravuras rupestres como definidoras de grupos étnicos, na ótica da história da Arte representa o começo da arte primitiva brasileira. A validade ou não do termo "arte", aplicado aos registros rupestres pré-históricos, é tema sempre discutido, embora toda manifestação plástica forme parte do mundo das idéias estéticas e conseqüentemente da história da Arte. O pintor que retratou nas rochas os fatos mais relevantes da sua existência, tinha, indubitavelmente, um conceito estético do seu mundo e da sua circunstância. A intenção prática da sua pintura podia ser diversificada, variando desde a magia ao desejo de historiar a vida do seu grupo, porém, de qualquer forma, o pintor certamente desejava que o desenho fosse "belo" segundo seus próprios padrões estéticos. Ao realizar sua obra, estava criando Arte. Se as pinturas de Altamira, na Espanha, ou as da Dordonha, na França, são consideradas, indiscutivelmente, patromônio universal da arte pré-histórica, sabemos entretanto que, pintadas nas profundidades das cavernas escuras, não foram feitas para agradar ninguém do mundo dos vivos, não há motivos aceitáveis para se duvidar ou negar a categoria artística das nossas expressivas e graciosas pinturas rupestres do Rio Grande do Norte ou do Piauí. 


Foi precisamente nos sertões nordestinos do Brasil. onde a natureza é particularmente hostil à ocupação humana, onde se desenvolveu uma arte rupestre pré-histórica das mais ricas e expressivas do mundo, demonstrando a capacidade de adaptação de numerosos grupos humanos que povoaram a região desde épocas que remontam ao pleistoceno final. No estado atual do conhecimento, podemos afirmar que três correntes, com seus horizontes culturais, deixaram notáveis registros pintados e gravados nos abrigos e paredões rochosos do Nordeste brasileiro. A esses horizontes chamamos tradição Nordeste, tradição Agreste e tradição São Francisco de pinturas rupestres, somam-se as tradições de gravuras sob rocha, conhecidas como Itaquatiaras. Foram também definidas outras tradições chamadas "Geométrica", "Astronômica", "Simbolista", etc. que podem ser incluídas nas anteriores.
 Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí
A reserva é administrada por um convênio entre o poder público e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) que tem como Diretora Presidente, desde a criação da fundação, a pesquisadora Dra. Niède Guidon.


Em rochas e cavernas, os homens pré-históricos fizeram entalhes e gravuras, também traçaram desenhos e pinturas que chamamos de arte rupestre.
Assim como os fósseis, incrustados nas rochas, revelam as idades dos seres vivos antes do aparecimento do homem sobre a Terra, os desenhos de vários animais feitos pelos representantes da raça de Cro-Magnon nas paredes de suas cavernas, testemunham o contato destes com a natureza: ressaltam suas proezas face animais que ameaçavam suas vidas e mostram suas atividades normais para a obtenção de alimentos, bem como de cobertura para os seus corpos.
Inegavelmente, o homem primitivo, a exemplo do que ocorre com as tribos selvagens da atualidade, teve um conhecimento bastante aprofundado dos animais que o rodeavam, seguramente, impregnado de superstições originadas do temor e do assombro que certas espécies deviam causar-lhes...
Foi aproximadamente uns 30.000 anos antes de Cristo que apareceram as primeiras manifestaçãoes desta arte, caracterizadas por gravuras muito toscas, decalques de mãos ou as mesmas cercadas de cores aplicadas nas paredes das cavernas, representações lineares feitas com os dedos sujos de argila.
As pinturas e gravuras rupestres são então estudadas com a finalidade de poder caracterizar culturalmente as etnias pré-históricas que as realizaram, a partir da reconstituição de um procedimento gráfico de comunicação que faz parte dos respectivos sistemas de comunicação social. Numa segunda instância, este estudo pretende, quando o corpus gráfico em questão fornece os elementos essenciais de reconhecimento, extrair os componentes do mundo sensível que foram escolhidos para fazer parte de tal sistema gráfico. Fica então excluída qualquer possibilidade de interpretação de significados, pois toda afirmação se situaria em um plano de natureza conjectural. Na perspectiva de estudo utilizada entende-se que a cada tradição gráfica rupestre pode associar-se um grupo étnico particular na medida em que se possa segregar conjuntamente outros componentes caracterizadores de natureza cultural, tais como uma indústria lítica tipificada, uma utilização própria do espaço ou formas específicas de enterramentos.
Em razão da abundância de sítios e da diversificação de pinturas e gravuras foi possível estabelecer uma classificação preliminar, dividindo-as em cinco tradições, das quais três são de pinturas e duas de gravuras.

As antigas girafas habitaram não apenas a África mas também a Europa e a Ásia, onde foram dizimadas pela caça do homem pré-histórico... Abaixo, veja uma tabela que narra as pinturas rupestres das cavernas da Europa, no principal período do surgimento da família dos girafídeos:

Nossos dados indicam, e cada vez mais, com os estudos de antropologia física e datações antigas no México, que quando houve uma seca muito grande na África os homens saíram de lá em busca de alimento e de água e começaram a se espalhar pelo mundo. Eles foram tanto para leste quando para o oeste. Naquela época o mar estava 140m abaixo do nível atual, existiam muitas ilhas e a passagem da África para cá era muito fácil, pois a corrente (marítima) traz as águas para o Nordeste e também para o México.
A primeira teoria de que eles teriam vindo pelos Estados Unidos, pelo Alasca, é muito antiga, data dos anos 1950, quando não se conhecia tudo isso. Sobretudo não se sabia que o Homo Sapiens apareceu na África há 160 mil anos, naquela época se pensava que o Homo Sapiens só tinha 40 mil anos. A arqueologia vai evoluindo e as novas descobertas trazem novos dados.

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